Romanos 13:8 - A
ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns
aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.
À primeira
vista, parece que o texto bíblico misturou as coisas. Afinal, qual a
relação entre dívida financeira e ajuda mútua? Paulo, entranto, é
enfático, quando escreve: “A ninguém devais coisa alguma, a não
ser o amor recíproco...” (Romanos 13:8).
A história das
civilizações ensina claramente uma coisa: comunidades que não
praticaram ajuda mútua se autodestruíram.
O endividamento material
dos membros de uma sociedade produz a insolvência e abre as portas
para várias formas de desestruturação quando todos querem possuir
e quase ninguém pensa em honrar compromissos, os contratos sociais
perdem seu poder agregador. Consumismo sem poupança é receita certa
para a recessão. Por que a Bíblia descreve o “amor recíproco”
como um mandamento, como uma “dívida”? Porque a natureza
essencial do amor é a postura da doação. Em mais de um contexto
Cristo Jesus associa a atividade de amar com o cumprimento dos
desígnios divinos. “Se Me amardes, obedecereis os meus
mandamentos”. “E o Meu mandamento é que vos ameis uns aos
outros”... “como Eu vos amei.”.
O amor recíproco garante a
estabilidade das comunidades, tanto quanto o egocentrismo garante a
dissolução das instituições humanas. Dizer que o amor recíproco
deve depender da “boa vontade” de cada indivíduo é quase tão
grave quanto propor uma política financeira pública que dependa da
veneta dos contribuintes. Amar é a grande dívida que assumimos com
o Senhor. Ele nos “amou quando éramos ainda pecadores”. Por
isso, diz a Bíblia, “o amor de Cristo nos constrange” e deve
sempre nos constranger a compartilhar com o próximo o instrumento
divino que nos capacita a sermos “filhos de Deus”.
Graça e Paz de Cristo.
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